quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Reunião de Família

[EM PROCESSO DE EDIÇÃO, BREVE VERSÃO MELHORADA]


Ele estava na cama, exausto após um bom pornô em seu notebook. Havia limpado as mãos na lateral da cama, e se deitou de bruços, até que, por algum motivo o qual não entendeu, se levantou e foi até o quarto de sua irmã.

Ela tinha sete anos, e era loira dos olhos escuros, que tinham um brilho lindo. Ele dizia sempre para ela que haviam aprisionado o brilho das estrelas naqueles olhinhos. A casa estava silenciosa, escura e o frio da madrugada batia em suas canelas, a luz da rua entrava pelas janelas do corredor. Sua mãe estava trabalhando e chegaria tarde, o pai roncava no quarto.

Ao entrar no quarto, no entanto, um travesseiro cobre rosto dela. Ele não sabia quem fazia isso na garota, mas não podia fazer nada! Ela se debate em desespero tentando gritar, mas o travesseiro abafa os gritos da criança sufocada. A pele de seu rosto alvo e macio começa a ficar roxa enquanto uma lágrima de desespero e tristeza escorre pelo seu rosto. Ela se debatia com toda a força, mas o assassino era muito mais forte. Aos poucos, a força acabou no corpo delicado da princesinha enquanto aqueles olhos grandes e inocentes perdiam o brilho da vida.

Ele correu em choros soluçantes abafados. Por quê? Quem?? Ela tinha sete anos, pelo amor de Deus! Assassinaram a irmã de sete anos na frente dele! Como alguém faria isso? Ele tentou fugir, mas a porta estava trancada. As janelas eram muito altas, e não adiantava fugir por lá. Seu corpo tremia em desespero e agonia, e seu coração se contraía de pena e tristeza ao lembrar da pequena Laurana. Ela tinha tanto o que viver ainda, tanto o que fazer, e morreu abatida como um animal! Ao menos ela iria para o céu...

- ...céu? – Ele murmura baixo, e se lembra de seu pai. Seus olhos se arregalam, e ele corre para o quarto onde seu pai dormia. Seria muito tarde?

Esse iria para o céu? Dois anos atrás ele ainda bebia e batia na mãe. Uma vez, ele invadiu o quarto do garoto, pegou o taco de beisebol dele e espancou a própria esposa!! Ninguém nunca soube dessa história, todos temiam o homem... até que ele encontrou Jesus.

Há dois anos, o alcoólatra de atitudes agressivas havia se tornado um homem de bem. Seus pecados foram supostamente perdoados quando ele foi imerso numa banheira, num processo ritualístico chamado “batismo”.

Ao chegar lá, acende a luz. Tão claro... ele não conseguia enxergar por uns segundos... e sangue. Sangue?

Seu pai levou uma tacada de beisebol no pescoço, e não conseguia falar nem respirar, com o sangue saindo grosso de sua boca, e ensopando a cama e suas roupas. Seu pomo de adão estava afundado, e um hematoma enorme se formava, mostrando que uma hemorragia interna se formava. Ele perdia sangue e ar a cada segundo, até que mais uma tacada o tira a consciência. Seus olhos opacos mostravam indignação, como se ele conhecesse o assassino! Mais duas, três, quatro tacadas, e o sangue espirrava nas paredes, nas roupas de todos no quarto... quem era esse assassino? Por quê ele não lembrava??

Ele correu mais uma vez, mas em choque, tropeçou na escada, e desceu ela rolando. Enquanto os degrais açoitavam suas juntas, ele se lembrava... sua mãe. Que trabalho legal o dela. Era óbvio que nesse momento, ela estava pagando um boquete para seu chefe naquela Mercedes.

Uma última pancada na escada o faz desmaiar.

Ele acorda, sua visão estava escura, mas ele estava na escada, um calor quase sufocante estava ao seu lado... o que era? Um incêndio? O Assassino ia o matar agora? Que não fosse doloroso, ele pensa. Mas aos seus olhos se abrirem, a coisa é muito pior.

Sua mãe nunca tinha sido uma pessoa boa. Ela traía o esposo. Seus amigos dizem já terem visto vídeos eróticos dela na internet, e que ela era boa no boquete. Talvez fosse verdade. Ela descontava toda sua raiva nele, nunca em Laurana. Era injusto. Apenas pelo fato dele ser homem, ele deveria sofrer o que ela queria fazer com o pai dele e nunca conseguiu.

E agora lá estava ela. Suas pernas estavam queimadas, e seu rosto havia sido esfolado com uma pedra áspera. Arama farpado estava a amarrando na cadeira. Depois, a enrolando, e por fim, perfurando sua traquéia. Seu rosto exibia desespero, e um olhar de... reconhecimento?

Como ninguém ouviu os possíveis gritos de dor dela? Como a polícia não havia sido chamada? Ele não se sentia mal pelos pais, mas Laurana... ele não pôde fazer nada por ela. Afinal, por que porra ele não se lembrava de nada? Por que ele se mantinha em casa?? Não era hora de perguntas. Ele foge para o porão, e se tranca lá.

A polícia chegaria logo mais, ele tinha certeza disso, bastava sobreviver uns minutos! Ele pega uma faca enferrujada e se encosta na parede. Mil pensamentos queimam seu cérebro. Laurana morreu... seus pais...

Sua garganta estava seca, e doía, seu choro soluçante era abafado pela mão com a faca. Os minutos se arrastam, e ele ouvia uns passos de vez em quando... até que a sirene da polícia toca. Finalmente! Ele corre para destrancar a porta do porão, mas algo rasga sua garganta rápido, e ele cai de joelhos. O ar não entrava, e sua garganta ardia muito. As lágrimas escorriam pelo seu rosto, o sangue jorrando para fora do pescoço. Tão perto... ele morreu por nada. Ao menos agora ele tinha certeza de quem era o assassino. Estava lá: uma faca enferrujada coberta de sangue em sua mão direita.

3 comentários:

Juh . Peres disse...

Como sempre o Isaque está arrasando nos textos <3

Saudades de voce : (

Mu, the Padawan disse...

Além do conteúdo, que continua excelente (diga-se de passagem), o novo layout do blog ficou muito bacana. Shao Kahn aprova! ;-)

thaay disse...

caceta, eu pensando que era um cara random, matando a família inteira e é o mulequinho .vsp -qq
FODA FODA .metal

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